segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Professor...



Em tempos em que não é fácil educar e ser educado, ser professor hoje em dia necessita de muita inspiração.

O verdadeiro professor é assim...
Não tem tempo para nada,
Mas mesmo assim lhe ouve
Não se conforma, não se esquiva
Desanima, chora, ri
Encanta e desencanta
Mas nunca se espanta
Com as coisas mais inacreditáveis...

O verdadeiro professor é um guia
Inunda a alma de quem ensina
Descobre músicos, cantores, poetas,
Investiga incansavelmente
Aqueles que talvez nunca se encontrem...

O verdadeiro professor não desiste
Ele erra, mas consegue consertar
aquilo que parecia não ter conserto
Ele sofre, xinga, medita
Investe naquele que estuda
E também naquele que brinca...

O verdadeiro professor é intuitivo
Ele evita confrontos
Mas não se esquiva
Ele chora e vibra com o sucesso
Ele perdoa, esquece, reage
Muitas vezes conquista
O mais improvável dos conquistáveis...

O verdadeiro professor é mistério
Ele reconhece um exagero
Ele promove a paz o ano inteiro
Mesmo em tempos de violência
Ele se expôe, exalta-se
Dedica-se, desperta admiração....

O verdadeiro professor é paciente
Nunca espera reconhecimento
Mas eleva-se, humildemente
Quando é o responsável por uma
conquista...

Ele simplesmente conduz
Devolve o seu conhecimento
Como se fosse um livro à espera de luz

O verdadeiro professor não se vangloria
Ele promove alternativas incansáveis
É modelo, ídolo, amigo
Muitas vezes esperança,
Muitas vezes a última de alguém ...

Porém, uma mágica acontece só com o verdadeiro professor
Passam-se anos
E ele continua sendo inesquecível
Como um pintor famoso
Que através de sua arte
Revela o mais puro e encantador
Retrato de um incansável educador...
(By Fafá)

sábado, 3 de outubro de 2009

Mulher

Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
-- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado